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Foto do escritorDoulas do Fim da Vida

Reflexões - «Somos feitos à imagem e semelhança de “Deus”»


Será que entendemos realmente o seu significado? Não um entender racional mas um entender do corpo que se / e O Sente. Pensas em “Deus” ou Sentes “Deus”?

Criámos uma imagem de “Deus” separada de nós. Rezamos a “um Deus” separado.

Esquecemos. Separamos, desde que nascemos, pela inconsciência que nos ensinam, o mundo. Vivemos, dentro de nós o maior sofrimento de todos e que causa todos os outros. A ilusão da separação.

A prática e o desenvolvimento da espiritualidade é fundamental para um mundo unido, a começar dentro de nós. Seja qual a forma de expressão que tenha.

Quando nascemos, respiramos a Inspiração Divina que flui nos nossos corpos e que está permanentemente ligada a “Deus”. À Rede da Vida. Como uma central telefónica, sempre conectada. Nunca separada. Somos uma célula do Corpo de “Deus” que se acha separada “Dele”. Uma Célula não sobrevive sem estar no Corpo. Uma célula não existe sem estar conectado ao Corpo e conectada a todas as outras células, em comunidade. Cada uma com a sua individualidade, unicidade, autenticidade, expressão, imprescindível para o movimento da Vida do próprio Corpo. O nosso Corpo é um espelho do Corpo de “Deus”. Tal como todas as nossas células comunicam entre si. Tal como o nosso sistema nervoso, todos os nossos órgãos, comunicam entre si, nunca vivendo em separado, também nós, e todos os seres que habitam o Corpo de “Deus”, estamos ligados entre nós e nos recriamos continuamente. Vida e morte. Movimento contínuo que faz com que o Corpo de “Deus” seja o Corpo de “Deus”. Se Amas realmente “Deus” então é preciso relembrar que a transformação, que as passagens são o Seu Corpo, a sua Existência. A nossa morte é a Vida em “Deus”. É a continuidade da nossa existência “Nele”. Na Rede da Vida. Na Consciência Divina da Vida. Quando começamos a morrer as membranas, que são os limites do nosso corpo material, começam a ficar permeáveis, a crias pequenas fissuras, a abrir espaço, para que a nossa energia se comece a ligar , de uma forma mais intensa, ao Seu Corpo. Deixam de existir barreiras materiais e a centelha Divina, a energia que nos deu forma, une-se ao imaterial Corpo da Vida. Nunca esteve separada, só que agora está progressivamente, à medida que começamos a largar o corpo, a entrar no Corpo da Consciência da Vida e logo começa a senti-lo mais intensamente. A Consciência da Vida comunica conosco de forma a que nós a possamos entender, na nossa singularidade expressiva. Ela conhece-nos melhor que ninguém. Assim, se nós falarmos a linguagem religiosa específica, ela falará conosco essa mesma linguagem. Se nós falarmos a linguagem das árvores, dos rios e dos animais. Ela amorosamente falará a mesma linguagem. Não há limites para a expressão da Consciência Divina. Somos nós, humanos, que aprendemos a criar barreiras, divisões e limites.

Se Amas realmente “Deus”, a Vida, amas-te a Ti próprio. Se somos feitos à sua imagem e semelhança, a Plenitude é a nossa Essência. “Deus” é Pleno. O que nos impede de sermos, de nos sentirmos, Plenos? Se Amas realmente “Deus”, a Vida, terás que Amar o Seu Corpo e Toda a sua Diversidade e impermanência. Porque geramos, então, tantos conflitos e guerras, temendo o que é diferente e aclamando a igualdade de expressão? “Deus” fala todas as línguas. Fala a linguagem dos pássaros, das nuvens, das flores, de todos os seres, humanos e não humanos.

Como “Deus” habita em nós, também, em nós, mora a diversidade de expressão. Falamos a linguagem dos pássaros, das nuvens, das flores, de todos os seres, humanos e não humanos. Quando o esquecemos? Quando nos sentamos com alguém, a primeira coisa que devemos fazer é silenciar a voz da nossa cabeça e escutar a Voz da Rede da Vida. Escutar o nosso corpo e o nosso coração. “Fazer uma chamada”. Estabelecer “ligação telefónica” e escutar, através do Conhecimento, Consciência e Sabedoria da Rede da Vida, o que a pessoa que está à nossa frente precisa. Podemos ter todas as ferramentas materiais do mundo. Ter imensos diplomas. Mas se não conseguirmos estabelecer conexão com o Vazio, com o Silêncio, e ouvir a expressão do Corpo de “Deus”, que sabe todas as línguas, e logo sabe comunicar com a unicidade de cada Ser, não entenderemos a essência da Comunicação, Compaixão e o Seu Amor.


“Deus” é o movimento da Vida. “Deus” é a impermanência criativa e contínua da Vida. “Deus” é a potência energética e avassaladora de tudo o que é vivo, visível e invisível. “Deus” é o Corpo de tudo o que é Vivo, incluindo as estrelas, as galáxias, os buracos negros, os planetas, conhecidos e desconhecidos. “Deus” é Arte que se Cria e que quer criar continuamente. Tal como nós.


Tudo na vida é impermanente, feito à imagem e semelhança da criatividade continua do Corpo de “Deus”. O que permanece? O Seu Corpo impermanente. O fluxo de energia criativa Divina continua. É essa Fonte que trazemos dentro de nós.


Sentar-nos com o nosso Corpo de Dor, com os nossos traumas, é restabelecer a ligação. É Voltar a Sentir a Plenitude do Amor de “Deus” que nos fez à Sua imagem e semelhança.

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