Em julho fui confrontada com uma possibilidade que me deixou atordoada. Todas as minhas células vibraram em dizer-me: não é possível!
Qual a notícia? A possibilidade de o envelhecimento ser declarado pela OMS uma doença.
Custa-me imenso escrever isto, como se estivesse a tornar real esta possibilidade incompreensível.
No mesmo dia, uma amiga enviou-me o anúncio de uma empresa de criopreservação que dizia: “O envelhecimento é outro problema para a ciência resolver, mas o progresso pode ser muito lento. Usamos a tecnologia criónica para te criopreservar até que a ciência médica seja capaz de prolongar a tua vida.”
O meu coração literalmente parou.
Logo a seguir, no mesmo dia, vejo esta notícia: “Menino de 11 anos, holandês, licenciado em física pretende alcançar a imortalidade através da substituição de partes do corpo por partes mecânicas. O interesse que tem pela mecânica clássica e pela física quântica começou há um ano, mas o objetivo de procurar a imortalidade ao pensar nos seus avós, que têm problemas cardíacos, levou-o a colocar todos os outro projetos em espera. A imortalidade é o seu objetivo. Quer ser capaz de substituir o maior número possível de partes do corpo por partes mecânicas.”
Ao ler isto, deixei de respirar.
Estamos a falar de uma criança. O nosso futuro.
Há dois dias sou novamente confrontada com a mesma notícia que refiro no inicio: https://medicinasa.com.br/tag/henrique-noya/
Em 2022 a OMS prepara-se para declarar o envelhecimento como uma doença.
Uma justificação que alegam é referente à necessidade de obtenção de fundos para investigação na área. Incompreensível! Desde quando precisamos de declarar diagnósticos falsos, manipular com aquilo que temos de mais natural, com a finalidade de obtenção de fundos?
Desde quando o Outono e o Inverno são uma doença?
Desde quando não precisamos da queda das folhas e dos frutos?
Desde quando deixámos de precisar da chuva?
Desde quando a educação das escolas e nas nossas casas nos deseducam e catequizam a acreditar que não pertencemos à natureza?
Criar um diagnóstico de doença para o envelhecimento é manipulador e subversivo.
A OMS vender-se a este comportamento é muito questionável e deveria deixar-nos a todos de cabelos em pé. É demasiado grave e incompreensível.
Em vez de direcionarmos os nossos esforços em prol de um envelhecimento saudável e comunitário, caminhamos no sentido contrário.
Diria que, hoje em dia, tudo é passível de ser doença. Desde o nascimento às próprias emoções.
Vivemos um sistema que se alimenta a si próprio pelas doenças que causa e que alimenta. E nós? Que escolhas fazemos? Qual o teu papel?
Espero que consigamos manifestar-nos a favor da natureza que grita dentro de nós pelo seu direito à existência. O direito à liberdade de sermos quem somos. O direito a sermos acolhidos pela comunidade em tudo aquilo que nos faz sermos humanos. De podermos estar acompanhados, e não sozinhos e descriminados, na nossa caminhada pelo tempo que se sente na pele e nos ossos. De podermos dizer que o envelhecer também é produtivo para a comunidade e não o contrário.
Este é um caminho muito perigoso e é nosso dever escolher e abrir as fronteiras do pensamento critico.
Não podemos e devemos aceitar tudo aquilo que nos dizem que somos.
É Urgente acordar.
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